Levados Adiante
“A discriminação de qualquer tipo contra um país, uma pessoa ou grupos de pessoas por causa da raça, cor da pele, etnia, origem social, gênero, língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, saúde, local de nascimento ou qualquer estatuto, orientação sexual ou qualquer outra razão é estritamente proibida e passível de punição por suspensão ou expulsão”
Isso é o que está descrito no artigo 23 do código de ética da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), entidade máxima responsável pelo esporte.
69,4% dos atletas alegaram já ter presenciado algum ato racista
Fonte: Globo Esporte
Foto: Vinicius do Prado
Entre 2014 e 2018, anos que o relatório analisou, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de diversos estados brasileiros e o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgaram 30 casos de racismo no futebol. Pouco mais da metade, 16 casos houve punição e 14 foram absolvidos.
Quem foi punido nos casos julgados pelo pelos TJDs e STJD entre 2014 e 2018
Fonte: Observatório da Discriminação Racial no Futebol
Por: João Eduardo Pereira
Dos 16 casos em que houve a punição, 12 foram exclusivamente para o clube. 56% dos casos julgados teve punições exclusivamente financeiras. Seis dos 14 casos que houve sanção financeira, seja exclusiva ou acarretada de penalidades esportivas, as multas foram iguais ou inferior a R$ 5 mil. Em dois casos os atletas foram punidos, um dos casos o atleta penalizado com uma suspensão de dois anos sem poder exercer a profissão de atleta profissional.
Formas das punições dos casos julgados
Fonte: Observatório da Discriminação Racial no Futebol
Por: João Eduardo Pereira
Para Marcelo, o baixo número de denúncias por parte dos atletas é pelo fato desses atletas ficarem marcado e virarem réus da opinião pública. “Os atletas que levantam essas bandeira e se expõe são rechaçados, tem três exemplos muito evidente disso, no futebol mesmo temos o goleiro Aranha, na ginástica temos o Ângelo Assumpção e no futebol americano, o Colin Kaepernick. Onde estão essas pessoas? Qual crime eles cometeram? O crime que a sociedade agregou a eles, foi porque eles foram buscar os seus direitos.” afirma o pesquisador.